E começo outro blog. Sou amigo de ler, ídolo de quem escreve, devoro o que me oferecem e releio o que escrevo.
Outro porque o último começou assim:
"Ínicio (com acento no início é claro!)
Letras brancas no escuro, tijolos sobre tijolos, muros para as pessoas saltarem."
Não está mau, ainda por lá estão o resto dos posts, FestadoPreconceito , tal como este, a urgência de escrever começou em setembro, e concretizou-se em dezembro. O Verão acaba, as tardes compridas ainda estão mais que boas, a piscina estala e as pessoas do Verão esquecem-se umas das outras. Depois vem o Técnico, como o Inverno, não se sabe se havemos de gostar de aproveitar os últimos raios de sol, se devemos considerar vida encerrarmo-nos em algum sítio a fugir do frio. O reencontro com os colegas de fac no fim do Verão é sempre excepcional, e quando chega a vez de aquela pessoa que diz "Tomara já começar a chover, não há nada melhor do que estar no quentinho a ouvir a chuva cair." é este gajo que gosta do Técnico não é??
O Inverno é para mim imprescindivélmente depressivo, apanha-me sempre de surpresa, e desconfio que desisti de gostar dele, a vida está cheia dessas coisas menos boas que não precisam de nos fazer feliz. Estranho que só escrevo de Inverno também, o que a juntar à falta de segurança me faz parecer uma beca tótó, não faz?
Eu aposto que a culpa não é dos outros meses, a culpa é mesmo destes, a família, os amigos e o Natal. O passagem de Ano é a coisa mais mal combinada de sempre, porque fica sempre em má altura, é arranjar maneira que todos os nossos níveis estejam ao máximo para depois cair de pára-quedas no novo ano, com a determinação para mudar o que está errado. O que está errado?? O que é que está errado? A passagem de ano é arranjar maneira que a nossa cabeça fique inapta para pensar até setembro, só então voltamos a conseguir reflectir.
Andar entre Moura e Lisboa faz-me bem, é bom esquecer, é melhor surpreender e ser surpreendido, é como quando se escreve e se guarda, e depois se volta a ler. E é bom ficarmos com a noção de quem somos, chocarmos com o rídiculo ou relembrar uma dica mesmo boa que se perdeu.
Mau é as coisas ficarem a meio, é o que mais me chateia por agora, ando a meio de quase tudo ultimamente. É preciso verificar, confrontar, fazer constatar, perguntar, são as coisas que não faço muito, ou que devia fazer mais. Em relação a este blog, já me precavi, tenho a pasta dos rascunhos bem cheia, muito mais novelas para contar e desta vez uma personagem real para encarnar. Mesmo que a passagem de ano me conforme o suficiente para me manter calado acho que desta é de vez.
Óbviamente que esta conversa vinda de quem vem é chover no molhado, mas desta vez sinto-me muito mais nu, e acho que era disso que estava a precisar. O objectivo do blog é juntar os queridos e as queridas que merecem, e agradecer àqueles que já escrevem e que dão a disfrutar. Mas se nos primeiros dias de 2007 não tiver já cartas de amor, propostas de emprego, acordares com pequeno almoço e propostas de viagem com desconhecidos no meu mail, isto vai tudo por água abaixo é claro.
27.12.06
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