6.3.07

De Tarde

Acordei com um sonho em que não podia acordar.
Na primeira casa onde me lembro que vivi, estava a dormir numa cama que lá não existia e com a cabeça virada para o quarto onde vivi maior parte da minha vida. Estava a dormir mas a dormir como quem já tinha sido incomodado, a dormir e a ver as coisas que se passavam à minha volta. E passava-se muita coisa estranha à minha volta, sobretudo no meu quarto. Estava a fazer que dormia enquanto observava as pessoas no meu quarto, estava no sonho da mesma maneira que adormeci, com os braços em cima da cabeça a tapar a luz, mas a esgueirar-me por uma frestazinha com o maior interesse de sempre.
É então que acontece o pior, sou apanhado no meio do meu voyerismo. De repente apanhado pelos co.....! Não podia acordar, tinha que fazer que estava a dormir. Fiquei mesmo à rasquinha, como é que ia sair daquela? Já a sentir a roupa da cama enxovalhada da tensão dos músculos, as respirações controladas para ficar estático, acompanhadas ritmadamente por um espasmo na mão que segurava o telecomando.
Calma, eu conheço estes lençóis, no pânico já a deixar de sentir os joelhos tive dois rasgos de lucidez: eu tenho de acordar, nunca houve nenhuma cama onde pudessem ficar pessoas a dormir e a olhar para o meu quarto.
Abri um olho e poucas vezes, algumas, me alegrei tanto de ver S. Marcos como desta. Enganei-me bem desta vez.

É bom não ter que ter ideias para um post, mas não é assim tão bom partilhar os sonhos. Mas nunca é confortável partilhar nada. Olhando para o que escrevi parece ser difícil distinguir as ideias conscientes das inconscientes.

Escrevi porque é horrível aquela coisa de esquecer os sonhos. Não se esqueçam dos vossos sonhos. É só um sonho, e a vida continua. Por onde?

2.3.07

Início

Quando há pouco a dizer todos querem ouvir.

Para mim é bem pior do que ter muito a dizer e haver pouca gente para ouvir.

Mas esse problema já deve ser meu.